domingo, 3 de março de 2013

o cérebro


28Dez2011    no Facebook

 

Passo o dia sem ideias, cabeça vazia. Uma pontinha amarela no alto da cabeça, espremo, será uma espinha? - a massa amarelada se espalha pelo teto de meu corpo, suja o piso que a faxineira acabara de limpar. Pego o rodo, junto tudo, massa escorregadia que enfio num saquinho de plástico do super-mercado. valerá alguma coisa tal porcaria?

Alertado aqui por amigos do FB, guardei o saquinho com a massa amarelada na geladeira. Para quem não leu o status anterior, eu achei que era espinha no alto do cocoruto e espremi. Agora a coisa está lá e de vez em quando escuto um gemido, sei lá, um grunhido queixoso. Talvez eu não devesse colocar meu cérebro na geladeira. Sem ele eu posso até voltar a fazer televisão, sei lá, ou voltar para a política, esse é o risco. Espero... ( ouvi um grito, é de lá...) –espero novas orientações

Pois bem, açodado por várias críticas e opiniões, retirei meu cérebro da geladeira. O cheiro não estava muito bom, não sei se vou poder aproveitar o resto de pizza que trouxe do restaurante há 10 ou 12 dias (falei que era para o cachorro). Andei com aquele pacote esquisito e mal cheiroso pelas ruas, não sabia onde ir, queria encontrar o pessoal do FB, - tem um lugar? - não achei, eu confesso que estou, ainda agora, meio perdido. Tocou meu celular, atendi, falavam em sueco, diziam que gostaram muito de meu texto, uma certa academia, eu disse, não, academia não, da última vez travei minha coluna levantando pesos. Mas, engraçado, eu me sinto tão bem agora, joguei o pacote no lixo reciclável...

Sim, amigo, quando eu fiz "O cego que gritava luz", "o homem que virou suco", "doramundo", "O país dos tenentes e outros 13 longas metragem, eu ainda estava com meu cérebro. Até hoje de manhã eu estava com ele, incomodava, você sabe como é, cheio de perguntas, inquieto, chato. Comparo com parentes, mas a gente precisa dele. Só tenho medo agora, descartando a política e a TV, de começar a gostar de sertanejo universitário. E de ficar dando beijinho na boca de cachorrinho. Nesse momento encho o chão de travesseiros e vou tentar uma cena do Soleil, não sei se vai dar certo.

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