segunda-feira, 22 de junho de 2015

Poema "Hoje"

Ainda para rever.
22/Junho/2015


HOJE

Com os amigos
Mais que falando aos que nos ferem
E com a intensidade além de mesuras
Isentos de falsos desprendimentos
É preciso falar abertamente.
Vemos a todo instante
Dia após dia, mês e ano
O destempero caótico desse tempo enfermo
Que a todos pilha e ludibria
Como qualquer moleque o faria.

Somos passageiros dessa nave incerta,
Espectadores em inerte fúria 
Que distantes do fogo que nos queima
Ferimos quem estiver mais perto.

Um lago imenso nos consome
Transformando olhares e sabores
Desviando escutas e palavras chulas
Já que não queremos ver o que vemos
E mergulhamos então na água suja
Em busca de significar o que queremos.
Nada é, tudo incerto
Tudo fétido e passageiro
Mundo de realeza inútil
Que em nada nos apraz e tudo cega!
Por isso odeio o sorriso de quem noticia
Como quem nos agrada a todo custo
E espera com isso que se aplaque a ira
Nos consome o fogo como verme dentro
Medo de cuspir o falso como verdadeiro.

Somos passageiros dessa nave incerta,
Espectadores em inerte fúria 
Que distantes do fogo que nos queima
Ferimos quem estiver mais perto.

Olho em volta, em busca dos amigos
Consumidos todos pelo desespero
Inúteis são os gestos e o olhar já cego
Mesquinhos nossos pálidos desejos
Trágicos destinos de apalpar sem dedos
Patéticas sílabas frente ao verdadeiro.
O mundo queima sob o olhar incerto
De quem dele depende, acusa e fere
Já que preferimos os nossos desejos
Mesmo que a vida os denuncie
E o ardor sincero de nossos sentimentos
Sinceramente os negue.

Somos passageiros dessa nave incerta,
Espectadores em inerte fúria 
Que distantes do fogo que nos queima
Ferimos quem estiver mais perto.

Atores e atrizes


Minha homenagem aos atores e atrizes
para quem ainda não leu.
DIA DO ATOR
Eis um poema meu ainda inédito:

Utopia

Bem vindo o gesto do ator
Sorriso generoso feito de braços
Meneios, olhares, gritos e lágrimas
Diante da platéia muda e, muitas vezes,
Pasma

Bem vindo o olhar da atriz
Que num instante mágico de sua cena
Esquece o mundo que a rodeia
Para distinguir cada um de nós em meio a tantos vultos
Ali, no escuro da platéia, entre mortos
E palmas

Bem vindos esses instante mágicos
Em que o mundo parece melhor do que é
Já que ali ninguém peleja por dez centavos
Nem limpa os vidros inúteis de teu carro
Bem vindos os artistas de todo o mundo
Que falam ao mundo e acalentam
nossas almas

Bem vindo o gesto de atores, atrizes
Bem vindo o teatro, o filme
Bem vindo o palco, a tela
Ruas e praças dessa folia
E desta calma

A vida corre feito rio de cidades
Perdendo ar, em busca de um sentido
À espera da salvação de um gesto
Que em vez de latas, plástico, lixo
Infle suas águas de oxigênio
E vida

Bem vindos os sonhos emoldurados
Perucas, pinturas rebocadas, paredes falsas
Que nos conduzem pelas trilhas da liberdade
E fantasias!

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Criatividade e Cidadania em tempos de crise


Dormi cedo, acordei cedo.
Um bom dia a todos os que me fizeram companhia aqui, ontem aa noite. São Paulo amanhece frio, tento ficar um pouco na cama. O Brasil segue bem quente, preocupa. Eh preciso manter a cabeça fria, mas agir, procurar novas formas. E pensar na rua. Ainda vivemos o impacto das manifestações de junho.
Daqui a pouco, estarei no Memorial. Como em todos os lugares, a crise nos desafia. Também na cultura devemos buscar novas formas. E exercitar nossa criatividade, aliada de nossa cidadania. Criatividade, parcerias, solidariedade.
Um abraço a todos
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