terça-feira, 20 de julho de 2010

perdas do cinema latino-americano

A mesa de discussão sobre minha obra, como parte da homenagem do 5º Festival Latino-americano não podia ser melhor: Maria do Rosário Caetano, responsábvel pela minha biografia editada pela Imprensa Oficial ("Alguma solidão e muitas histórias"). E Jean Claude Bernardet, nossa melhor cabêça e responsável pelas mais agudas análises sobre meus filmes e minha trajetória como cidadão/cineasta. Em sua primeira fala, Rosário deu a deixa, lendo um texto seu sobre meu filme "Wilsinho Galiléia", proibido pelos militares (Palácio do Planalto mesmo)em 1978 e que estava programado, por ser longa, em dois programas do Globo Repórter ( para quem não sabe, o Globo Repórter nasceu como um programa de cineastas: Paulo Gil Soares, Eduardo Coutinho, Walter Lima, Maurice Capovilla, eu mesmo e outros mais eventuais como Hermano Penna, Gregório Bacic, etc. Nós fomos saindo do programa com o desgaste político provocado por nosso espírito crítico: a gota d`´agua foi a proibição de Wilsinho Galiléia.
Wilsinho Galiléia é um precoce filme sobre a origem da violência social no Brasil: a história do garoto que, tendo sido preso aos 9 anos por razões fúteis, transformou-se num assassino frio, assaltante a mão armada, fuzilado numa emboscada pela polícia assim que completou 18 anos. O filme ( mesclando personagens da vida real com atores, refaz sua trajetória de menino pobre (periferia de SP)mostrando a carga social na formação de sua trajetória de mortes e violência.
NA PRÓXIMA POSTAGEM FALO DO ENFOQUE DE JEAN CLAUDE BERNARDET e sua visão sobre a proibição do "Wilsinho"

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