terça-feira, 31 de julho de 2012

Fiquei com saudades do Rudá, meu amigo Rudá Andrade. Eis o que escrevi quando ele se foi:
O Rudá
É aquele
Que na vida
Nos deu o pão do sonho
Viva ele
Viva o Rudá
Quem mais que ele
Tem tanto para dar?
Lá vai ele
O nosso Rudá
Lá vai, garboso
O nosso Rudá
Vai se encontrar
Com o Oswald pai
E com a mãe Pagu
Na mão direita o aceno
Aos amigos
Na esquerda,
A bandeirinha vermelha
De sonhar

segunda-feira, 30 de julho de 2012

mensagem para twitter e facebook

30\jul\2012   16 hs
somos tão parecidos...a mesma angústia, muitas vezes o sentimento de falta de sentido, as mesmas ligações superficiais com todo o pensamento da história da humanidade, o mesmo desejo de fé, a mesma busca de ídolos, o mesmo medo da morte, o mesmo desejos de nos diferenciarmos para sermos ainda mais iguais, a mesma solidão...

quinta-feira, 19 de julho de 2012

hoje no Facebook

Depois de uma semana ruim, gripe forte, febre, meu médico me mandou trabalhar. Não sei se quero. O que eu quero não me dão. O que me dão eu não quero. Sujeitinho difícil. Em minha vida criei essas travas tão cravadas que delas não consigo me livrar mais. Tudo que fiz e faço está impregnado dessas normas que hoje parecem crueis. Mas não me arrependo nem uma unha de não ter feito na vida o que queriam que eu fizesse e muito menos de ter feito tudo o que eu fiz ao meu jeito, torto, por meu gosto. Não me resta outra alternativa do que ir vivendo essa dificuldade até o fim. Meu espírito crítico e um certo humor anárquico me ajudam muito. Os amigos, mais ainda, pois a amizade os leva a lerem o que escrevo sem, espero, levar nada muito a sério. Um jogo bom, com sua ambiguidade, pois por trás de tantos delírios há mais verdades do que se pode imaginar.

E:

Tenho dois livros contratados para edição (um juvenil e outro infantil, lindos) e um romance sobre o Brasil atual em negociação. Quero mesmo apaixonadamente filmar ainda, mas minha saúde pede para ficar fora dessa briga. Eu que lute, mas sem colocar minha vida em risco. Num ambiente desfavorável, é uma bela maneira de permanecer vivo. Escrever é uma segunda paixão, já foi até a primeira. Porisso a luta maior agora seja a de que saiam logo esses textos, pois já tenho outros prontos ou quase...

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Novo Olhar sobre O HOMEM QUE VIROU SUCO

Achei na Internet esse texto, da Conceição Oliveira (ou da Rosana Jatobá?).
Achei no blog DESCREMAR
Vale a pena ler:

O homem que virou suco, de João Batista de Andrade (1981)

(09 de março de 2011)

(Este é um pequeno comentário pessoal sobre o filme, nada acadêmico ou resenhístico)

Em primeiro lugar, todos os que falam besteiras sobre a migração nordestina(*) para São Paulo e defendem a paulistanidade, a "pureza" paulista, deveriam assistir a esse filme e, abraçados àquela estátua ridícula do Borba Gato, refletir sobre as questões que ele (o filme, não o Borba Gato) apresenta.

O homem que virou suco fala da migração nordestina para São Paulo no século XX, mais especificamente nas décadas de 1970/1980. Mostra uma São Paulo pulsante e decrépita, retrato e contraponto de um Brasil em crise. Pulsante e decrépita porque cresce, constrói metrô, amplia seu parque industrial e, ao mesmo tempo, ganha favelas, carros nas ruas, cinza na paisagem. Retrato e contraponto porque é rica em um país pobre e sua riqueza mostra características dessa pobreza.

Pobreza que move milhares de pessoas do Norte e Nordeste para esse planalto que as absorve com uma crueldade incrível. Pobreza que transparece na própria metrópole, nos rostos que aparentam fim de vida enquanto, na verdade, é só o dia que acaba.

Pobreza que constrói obras ricas, prédios para a classe alta. Pobreza que vira negócio para todos: desde o coronel da Paraíba até a dondoca da Pauliceia.

O homem que virou suco fala de um desencanto forçado, do condicionamento, do cabresto dos pensamentos e das ações. Fala de preconceitos, de cosmopolitismo grotesco e assassino. Lança a questão sobre o fim da crença na poesia.

O homem que virou suco aborda a loucura, o limite do ser-humano, a neurose da vida moderna. Aborda a cachaça, o sexo, a saudade. Aborda a vida e pergunta a ela, em estado febril e angustiado: "qualé a tua, porra?"

O homem que virou suco é um filme raivoso. Com esse título que parece comédia ou nome de livro infantil, ele engana todo mundo, baba de raiva e cospe na sua cara, seu idiota, e você fica pasmo, mas não indiferente.

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Passou na mostra Radical 80, que está rolando no Centro Cultural São Paulo (programação aqui). Custa 1 real. O cinema lá era gratuito. Passou a ser pago após decreto promulgado na calada do ano passado, dia 28 de dezembro.

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(*) Post de Maria Frô comentando o assunto e trazendo um bom texto de Rosana Jatobá: http://mariafro.com.br/wordpress/?p=18028

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Festival latinoAmericano 2012

Meus amigos, hoje teremos a abertura do Festival latino Americano de SP, no Memorial da Am. Latina. Tenho o maior orgulho por ter sido o idealizador desse festival, quando Secretário da Cultura do Estado de SP, em 2006. A idéia partiu de uma entrevista concedida à revista Nossa América, do Memorial, onde eu fazia uma análise renovada e atual do cinema latino-americano, fugindo à visão demasiadamen...te politizada de minha geração. Ali eu observava que o cinema latino-americano havia conquistado novos espaços, revelado autores e técnicos num mundo globalizado da produção cinematográfica. Autores eram globalizados e as cinematografias nacionais continuavam em grande crise. Como Secretário, viabilizei a idéia junto com Fernando Leça, então Presidente do Memorial (que, aliás, era da Secr. da Cultura SP) . Vendo, à distância, que o Festival segue sua trajetória de sucesso e renovação, a alegria é imensa. Parabens a todos.
 

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Fracasso do chamado "cinema comercial"

Reproduzo aqui diálogo entre cineastas na lista nacional (internet), analisando o fracasso da imposição de u8m modelo pretensamente comercial de cinema e que ameaça jogar o cinema brasileiro, mais uma vez, num só gênero: a porno-chanchada-televisiva:




André Klotzel
Acho que é importante assinalar que o público do cinema brasileiro caiu aos menores níveis dos últimos anos (se não o menor). Conforme a tabela do FilmeB a participação do CB no primeiro semestre de 2012 foi de aproximadamente 5% de público e renda, metade do que havia sido no ano passado (que já era um resultado fraco).
Estes números mostram como o desempenho dos filmes tem sido extremamente volúvel e aleatório - há anos em que chegamos a 22% do market share e agora estamos a 1/4 daquele pico. A meu ver isso é um índice de inconsistência da política "de mercado".
Acho importante a consciência de que precisa existir um número maior de filmes participando do resultado para que não se dependa dos casos isolados. É necessário um esforço para que filmes médios com potencial de público sejam adequadamente distribuídos e exibidos, e que a sustentabilidade esteja distribuída de maneira menos instável e concentradora: aumentar a base de público e diversificar - ao contrário da atual política que surfa, oportunista, na onda da Globo.
Já que a Ancine sempre procurou mostrar bom desempenho quando havia os números positivos, como índice de uma política correta, acho que cabe questionar esta política, agora também com números. Temos dados consistentes, de mais longo prazo, que mostram não haver um crescimento sólido e consistente do CB no mercado.
Fica aí o registro: a concentração excessiva de mercado, além de excludente é também frágil e vulnerável.
André
 
 
Caro André,

Isso quer dizer que a política imposta pelo Manuel Rangel e os curta-metragistas já fracassou?!?!?!

Abração do
Guilherme
 
André Klotzel:
É Guilherme, acho que isso quer dizer que fica desmascarado o discurso de cinema comercial e competitivo que está aí. Em quase 8 anos de gestão do Manoel, Sá Leitão e seus curtas, eles vem com esse discurso, transmitindo uma atitude de supostamente exercer uma disciplina empresarial através das estatais e agora do FSA. E como resultado temos o quê? Uma queda como nunca foi vista nas bilheterias, a não ser nos anos Collor. Ou seja, fica clara a hipocrisia da fórmula, e o projeto de "disciplinar" o mercado nada mais é do que um desejo de poder sem objetivos claros, além de centralizar e controlar.
Pena que demoraram tanto a aparecer dados concretos como este.

On 10/07/2012, at 23:46, Guilherme de Almeida Prado wrote:

 
 
 
Em 11/07/2012 06:09, Guilherme de Almeida Prado
Então, André, é uma desses tipos raros de fracassos que precisam ser comemorados com fanfarras, antes que digam que o fracasso foi do "Cinema Brasileiro"...
Já vimos este filme, não?
Abraços do
Guilheme
 
Roberto Farias:
Nos tempos da pornochanchada, o adicional de renda ( o verdadeiro, não esse arremedo que está aí) permitia um círculo virtuoso entre diretores, produtores, distribuidores e exibidores, onde todos ganhavam. A participação da iniciativa privada garantia os investimentos no cinema, os diretores dirigiam (quantos excelentes e importantes diretores surgiram nesta época?) os distribuidores distribuiam e os exibidores exibiam. Depois de 10 anos de Ancine e de mais de 2 bilhões de recursos aplicados no cinema brasileiro não se viu um gesto, um projeto, um aceno para atrair a inciativa privada. O cinema é arte, mas também comércio. É preciso liberdade de expressão e incentivos à iniciativa privada, porque no final das contas é ela que manda no mercado. O sonho de um cinema estatal destes últimos 10 anos só serviu para escravizar, submeter e humilhar o cinema brasileiro e afastar a iniciativa privada. Nunca houve tanto recurso para o cinema e, salvo nos tempos do Collor, nunca estivemos numa situação tão miserável. Sem criar um círculo virtuoso com a iniciativa privada, o que veremos será uma presença cada vez maior do cinema estrangeiro ocupando as salas do país.
Roberto Farias


-- Grupo do Gmail: "Fórum Nacional de Cineastas"


quinta-feira, 5 de julho de 2012

povo e vitória

Corinthias: não sou corinthiano, mas me emocionei com a vitória de ontem contra o poderoso Boca Juniors.
Sim, vamos comemorar. Não seria igual se qualquer outro time brasileiro fosse o vencedor. Vimos a fôrça que tem um ícone popular como o Corinthians. Não é só o desejo de vitória, mas o de participar, fazer com que a vitória, se viesse, fosse uma conquista de todos. É emocionante

Midia e Corinthians

O que há com o jornalismo da Globo? - vitória de um dos mais populares times de futebol no Brasil e, em vários programas, chamam seus atores "globais" para comentar? - E no Bom dia Brasil colocam a Hortênsia para falar de sua emoção... Penso que há um sentimento de derrota dessa parte elitizada de nossa sociedade: o povo se diverte sem eles. Então, tentam trazer a vitória também para eles.