sexta-feira, 29 de maio de 2015

PoemEstado ainda provisório

29/Mai/2015


O ESTADO
Sinceramente, acho um espanto
Vivemos no reino da manipulação
Bandidos reais assaltam os cofres
E o delírio persecutório invade nossa imaginação.

Outro dia ouvi um pastor famoso
Desconcertado ao responder por que
Por que, Pastor, a Bíblia não fala dos dinossauros?
Disse que Noé não os colocou na Arca
Por temer a sorte: eles eram muito grandes.
Fica tudo por isso mesmo, puxa vida,
Por essa simples dificuldade
Ficamos sem os dinossauros!
Felizmente os temos na televisão, não é, Pastor?
E assim a vida segue sem rumo
Nave desnavegando a cada dia
Já que nem temos mais Noé
E nosso mundo-arca navega de mão em mão
A cada dia com novo dono e novos dinossauros
Para abandonar.
Há tantos que se fazem de condutores
Penso que mal conduzem suas vidas
Mas garantem que sabem os rumos certos
E pretendem conduzir vidas alheias
Ditando caminhos como se apenas obedecessem
Aos anseios de todos os abandonados
Quando na verdade sonham românticos
Como modernas encarnações de Noé
E assim dizer para onde vamos
Para onde devemos ir
E qual a estrada do consentimento
E do silêncio
Nos fará feliz.
Com que força, que poder?
O poder que a Nave dá.
Para dirigir o mundo-nave
Agora inventam novas classes
Capazes de nos superar
Quem compra liquidificador, a que classe pertence?
E Goya, Clarice, Graciliano, Portinari, Tolstoy
Einstein, Paulo Freire, Marx, Platão
Para que servem esses trastes?

O Estado, nave nova da vida social
Tocado a remos do ilusionismo
E grupos cristalizados na vida social.
De marginalizados a guias geniais
Reinventarão a cultura dominante
Pelo desejo de consumir
E desdenhar do pensamento
(São bichos grande demais para controlar, Pastor)

A nave-mundo seguirá tranquila mar afora
Quem sabe um dia, pelos confins do Universo.
Se não der certo, os culpados, ah sim
Serão os dinossauros:
Abandonados, se articulam com os inimigos
Deixando a Nave sem porto para pousar.
Ah, mas agora temos conosco os deserdados
E por eles tudo vale, tudo certo.
Tudo certo, tudo certo.


............
(Politicamente correta ou incorreta, pouco importa. Como sempre, deixei fluir). 
JBA
Enquanto alguns ainda procuram salvações
Na arca famosa e agora segura de Noé


Noé teria então deixado mais seres em terra firme!)

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Ainda o filme "Vlado..."

FBook 16 Mai 2015

O filme e sua estrada_: Vlado, 30 anos depois
do, olhares contemplativos carregados de respeito e emoção. Muitos ali não tinham maior conhecimento do que foi tudo aquilo, deu para ver como o filme tocou, uma galera com menos de 30 aprendendo um pouco mais sobre um pedaço tão importante na nossa história, uma roda de conversa que foi dos detalhes da história à posição das câmeras.
Uma galera que se emocionou pelo filme sobre o Vlado, pelo filme do João. Assim como eu.

Esquerda dividida e Democracia


OBS: Eu estava no Congresso (clandestino) de 1966 do PCB (numa chácara de Campinas), quando se consumou o racha entre Prestes e Marighella. Eu fiquei do lado da Luta democrática. 

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NOS QUE NOS AMÁVAMOS TANTO.
Escrevo aqui sem intenções definidas, mais como uma necessidade emocional.
Em 2016 estaremos rememorando 50 anos da mais dramática divisão da esquerda no Brasil. Em 1966: Luta armada ou Luta democrática contra a ditadura? O caminho final e vitorioso foi pela linha democrática, embora sem vencedores capazes de nos unir. A ditadura fez o que pode para nos debilitar, antes de sair de cena. A questão democrática na verdade nunca foi resolvida no âmbito da esquerda. E a divisão aflorou com todo vigor na crise de agora. Eventualmente com ódio e muitos erros.