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data: | 7 de maio de 2015 12:51 | ||
assunto: | coluna do milton |
o “cartel dos aeroportos”
Sãbado de Carnaval em 2009, cidade de São Paulo. Os tamborins estão
sendo esquentados e as fantasias já estão prontas para a festa.
Mas, num apartamento de quase 500 metros quadrados no central e
elegante bairro de
Higienópolis, diretores das maiores empreiteiras do país estão se
preparando para um
outro tipo de festança: consagrar a criação do cartel nas concessões
dos aeroportos
brasileiros. Uma tarefa simples. Ali, durante o almoço, já seria
estabelecido quem ganharia cada
uma das “licitações” – entre aspas porque não haveria disputa e todas
ficariam plenamente satisfeitas.
O clima era de plena confraternização quando aconteceu o inesperado: o
prédio estava sendo assaltado. Uma das empregadas foi ver quem era na
porta de serviço e se viu diante de três homens armados.
Eles foram rápidos e rasteiros na apresentação das “reivindicações”:
“Queremos só grana, nada mais.”. E, vendo o jeito bacana das roupas e
do apartamento, não ficaram satisfeitos com o que ele tiraram dos
bolsos (quem anda com dinheiro no bolso para ir a um almoço festivo no
sábado de carnaval?).
Diante do ameaçador desagrado dos assaltantes, foi acertado que um dos
convidados para o almoço sairia acompanhado por um dos assaltantes em
busca de resgate mais compensador para a quadrilha.
E tudo ocorreu como previsto. Um bom dinheiro foi dado a quem tinha a razão das
armas e se retirou em boa paz.
Mas, como outros apartamentos do prédio também haviam sido assaltados,
não havia como
continuar o almoço e a conversa sem fazer o registro policial. O
mesmo representante
do grupo que havia cuidado do resgate decidiu ir à delegacia mais
próxima – na época, a 4ª. Delegacia.
Só que ele era uma pessoa com bom trânsito entre empreiteiros e também
com gente do poder político. O registro policial foi feito e os
jornais Estado de São Paulo e Folha de São Paulo publicaram pequenas
notas na edição de domingo, obtidas via telefone pelos repórteres do
plantão carnavalesco.
Mas, imediatamente após o registro, o ministro da Fazenda, Guido
Mantega, deve ter telefonado para a(s) pessoa(s) certa(s) e, em poucos
minutos, o titular da 4ª Delegacia recebia instruções para tornar
sigilosos o registro e a investigação do assalto ao prédio em
Higienópolis. No mínimo, uma ordem dessas teria de ser dada pelo
Secretário de Segurança de São Paulo.
E também alguém muito forte deve ter convencido os dois maiores
jornais de São Paulo
a não procurar os motivos do sigilo policial, numa investigação a
respeito de um assalto, sábado de carnaval, a um prédio superbacana no
bairro de Higienópolis.
Mantega tem participação ou influência (não sei de qual tamanho) na
empreiteira Invepar, que, “por coincidência”, venceu a primeira e mais
importante licitação de aeroportos – a de Guarulhos. Ainda no
Ministério, indicou um de seus homens de confiança para cargo de
confiança na empreiteira. A Invepar é também a concessionária do
Metrô e dos trens suburbanos no Rio de Janeiro.
Como diria minha sábia mãe portuguesa: “Quem parte, reparte e não fica
com a melhor parte, ou é
burro ou não tem arte.”
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