sexta-feira, 22 de março de 2013

novos livros

Bom dia, amigos. Dois livros meus, editados pela Editora Lazulli (Miguel de Almeida), serão lançados no dia 9 de abril próximo, na Livraria da Vila (da Fradique Coutinho, na Vila Madalena) a partir das 19 horas. Um é o juvenil "A terra do deus dará" e o outro, digamos, infanto-juvenil "Sozitos, a lenda da terra-ronca". Posso adiantar para vocês: todos tem a marca de minha visão crítica do mundo. O primeiro é um juvenil forte, conta a viagem de dois garotos (um menino e uma menina) bem urbanos que conhecem um filho de um lider camponês e fogem com ele atrás do pai pelo Brasil afora. O pai, foragido, havia prometido criar um reino de liberdade, chamado "Terra do Deus Dará". O segundo, "SOZITOS", escrito em forma poética, é uma lenda inventada por mim: sozitos são seres infantís solitários, vivem na natureza. Cada sozito julga ser o único no mundo. Mas um dia todos descobrem, assustados,  que são muitos... Conto com vocês lá, levem os filhos, crianças e adolescentes!

domingo, 17 de março de 2013

a proxima vitima.

Sobre meu filme "A próxima Vítima" (1982) exibido ontem no Canal CURTA!: Um filme daquele instante, deixando fluir o sentimento diante das mudanças na História. O Newton Cannito observou que eu, que na polÍtica era firme e decidido na militância pela derrota da ditadura, inclusive naquelas eleições de 82, exibi um sentimento de que não estavamos, de fato, preparados para o futuro. Ganhamos as eleições, ajudamos a derrotar a ditadura e o futuro chegou com muito mais problemas do que previamos, EXIGINDO, AINDA HOJE, ALGUMAS DÉCADAS PARA SUPERAR OS MALES DA DITADURA.
fbook 17fev13 08:50 hs

sábado, 16 de março de 2013

mEU FILME DE 1983: a próxima vítima

A Próxima Vítima

Para ter uma cinematografia rica e variada, é preciso que um país permita aos seus filmes pequenos luxos. Quando digo luxo não estou falando de orçamentos fartos, pois ao contrário do que a máfia do celulóide acredita, o cinema de um país pobre não pode nem deve gastar o que o bolso do seu povo não guarda. Estou me referindo, sim, ao luxo criativo, da experimentação artística e narrativa – e da contrapartida de ocasionais sucessos de público para estes filmes “diferentes”.

Na atualidade o cinema brasileiro, raras exceções, caminha justamente ao contrário, pois a massificação da linguagem televisiva – o famigerado padrão global – é norma, tornando a sala de cinema tão somente uma extensão do televisor de casa, com os mesmos atores e diretores contando as mesmíssimas histórias.

Mas houve um tempo em que o cinema brasileiro ousava. Na verdade, ousava até demais. Um filme como “A Próxima Vítima” (1983) representa não somente ousadia, mas até certa irresponsabilidade moral e social de quem o realizou.

Passado em São Paulo, in loco nas eleições para governador de 1982, as primeiras depois da anistia, “A Próxima Vítima” traz um recado óbvio: por mais que se faça, que se vote, nada vai mudar. David Duarte (Antônio Fagundes, no melhor papel de sua carreira) é um repórter que durante a eleição, acaba encarregado de investigar uma série de assassinatos na baixíssima prostituição do Brás. Desesperado com a “missão”, ele passa o filme inteiro clamando por ser deslocado para a cobertura eleitoral – sem sucesso, até as últimas consequências.

Paradoxalmente investigar os crimes o torna um homem de fato politizado. Ele compreende a ineficácia da polícia paulistana, a realidade nua e crua da cidade, a desumanização dos personagens demasiadamente humanos. Encontra em seu caminho gente como o cafetão (Gianfrancesco Guarnieri), que executa funções de falso-dentista no prostíbulo, e um suspeito (Aldo Bueno) que por ser negro tem certeza de que a responsabilidade dos crimes cairá sobre si, o que de fato acontece.

No meio disso tudo David conhece Luna (Mayara Magri), prostituta condenada a morrer, que caminha em direção ao fim com resignação. Estando na lista do assassino a narrativa deixa claro que Luna não sobreviverá, e o tom documental com que o diretor João Batista de Andrade filma apenas ressalta essa impossibilidade de sobrevivência.

A eleição é vida, sol, alegria. Franco Montoro vai ser eleito, o deputado Ulisses Guimarães faz na Praça da Sé um discurso inflamado. O prostíbulo e a zona onde David e Luna passam a coexistir é a morte. E a questão central é associar, amarrar uma à outra. Por mais que se imagine, que se crie uma esperança de renovação com os novos mandatários, o futuro cadáver de Luna provará que, no fim das contas, nada mudou e nunca vai mudar em um lugar feito o Brasil.

Coroando o desespero e a miséria repartidos, Nêgo (Bueno), o inocente que será crucificado como assassino, revolta-se e urina no rosto do repórter David, em uma tomada tão cruel quanto bem realizada.

Nêgo é assassinado em emboscada policial, as prostitutas continuam a morrer e David na tentativa desesperada de salvamento, leva Luna para sua casa. Filma com uma Câmera Camcorder o rosto da menina, apreende-lhe o último fiapo de vida, até que ela o distraia e roube, voltando para a zona – conseqüentemente, para a morte.

No dia seguinte a eleição acaba, todos comemoram na redação e David vai pra cama com uma colega repórter (Louise Cardoso). É ela quem recebe a notícia da morte de Luna, fechando o quebra-cabeças que o espectador já previra

Em um destes momentos onde tudo ajuda, “A Próxima Vítima” não é uma obra-prima, mas é brilhante na construção fatalista de sua trama. Um filme barato, fácil de se realizar e instigante sob qualquer prisma. Sim, houve um tempo em que o cinema brasileiro ousava, como dissemos. Resta-nos olhar embevecidos e aprendizes para esta luz no fim do túnel, cada vez mais distante e pálida em tempos de torpeza estética generalizada.

6 comentários:

dr.loraxdisse...
nossa,sempre ouvi falar nesse filme,mas nunca vi...lendo sua análise fiquei na maior pilha p/ assistir...que falta faz um canal Brasil...
Carolinadisse...
Este filme tem uma temática forte, é escuro, e no fundo a gente sabe o que irá acontecer com a personagem de Mayara Magri. Apesar de tudo gostei do filme, muito bom, e recomendo mais ainda depois de ter lido esta maravilhosa resenha, é como assistir ao filme mais uma vez, as imagens passam em nossa mente ;-)
Andréa Ormonddisse...
Oi Dr. Lorax! O filme é uma pérola. Poucas pessoas o conhecem, mas ele possui uma ótima base narrativa. Vale a pena garimpar nos sebos e assisti-lo :)

Oi Carol! A temática é realmente brabíssima, e a personagem da Mayara Magri parece funcionar como um ímã para o Fagundes, cada vez mais enlouquecido ;)
Anônimo disse...
Sou jornalista e sempre pergunto aos meus colegas se eles já assistiram este filme. A resposta é sempre não. Este filme é muito bom.
EDEVALDO JOSE STRAPASSON disse...
EDEVALDO JOSE STRAPASSON EU VI E ADOREI O FILME, JOÃO BATISTA DE ANDRADE É UM GRANDE CINEASTA, EU COLOQUEI O NOME DELE EM UMA MÚSICA QUE EU FIZ CHAMADA ISADORA RIBEIRO.
regina castro disse...
Assisti este filme há muitos anos na TV Cultura ( Cine Brasil )Procurei muito em VHS e DVD mas é difícil encontrar . E agora vi ele completo no Youtube ! Que tudo ! Quem quizer pode assistir : vale super a pena. Antônio Fagundes e Mayara Magri ( meus ídolos ) estão ótimos . Mayara em seu primeiro filme esbanja talento. Pena que não teve o merecido destaque !

terça-feira, 12 de março de 2013

Esquerda

Esquerda sempre foi e sempre será nosso lado inconformista. O lado dos que acham que a humanidade pode ser melhor, que a vida pode ser mais agradável e menos cruel, que as oportunidades sejam iguais para todos, que é preciso respeitar a diversidade em todos os sentidos. Quando fora do poder, lutamos para influenciar ou chegar ao poder com nossas propostas. Quando no poder deveriamos lutar para viabilizar nossas idéias transformadoras. Nada de ditaduras nem eternizações no poder! - nada de usar o poder para impor a idéia de que governo= nação. E nenhuma ilusão de que basta estar no poder que todas as idéias serão realizadas. O espírito de luta é patrimônio da humanidade.

 Esquerda é liberdade, agir como esquerda é lutar para que essa liberdade seja possível e a cada instante mais ampla e comum a todos

Observo: Meu filme "Rua seis sem número" foi pensado como uma reflexão sobre a queda dos ideais de uma nova sociedade. O personagem, critico, insatisfeito, não tem para onde dirigir seu descontentamento crítico e vivencial. Sem poder mudar o mundo, tenta mudar sua própria história pessoal
(Facebook 12\03\2013  09:42hs)

squerda. Tivemos ontem um bom debate aqui. Isso é muito bom. Sinal de que não esatmos todos adormecidos e passivos. Por baixo das cinzas há uma inquietação. O melhor da humanidade são os sonhos de todos nós, o desejo de felicidade para todos. Esses sonhos sempre esbarraram nos interesses dos que pensam não precisar deles. Esse embate sempre foi importante, nenhum lado detem toda a verdade. O importante é que do embate saia o novo, um salto para uma situação melhor para toda a humanidade.
FB 13\03\13

Novo Memorial da America Latina


NOVO MEMORIAL: a proposta tem como pano de fundo a popularização do Memorial. Daí, o nome de Novo Memorial, que concentrará atividades e atrações de viés nitidamente popular, sempre de graça. No bojo, dois diferenciais: a localização do Metrô Barra Funda ( e o terminal de ônibus e trens) e, o quesito segurança - o Memorial é todo cercado, conta com câmeras de segurança, vigilância própria e apoio do patrulhamento da Polícia Militar.
a PARTIR desse momento de maior participação popular, nossa preocupação será a de intensificar nossas relações com a América latina, com vários programas já agendados ou sendo desenvolvidos a partir de abril deste ano. E em dois sentidos: o que podemos saber e aprender com outros povos latino-americanos e o que esses povos podem saber e aprender com o Brasil, sempre assentados na idéia da diversidade e liberdade.

ANIVERSÁRIO COM FESTÃO NA PRAÇA

O MEMORIAL DA AMÉRICA LATINA FAZ ANIVERSÁRIO DIA 18 E QUEM GANHA PRESENTE É O POVO.A FESTA VAI ROLAR A PARTIR DAS 10 DA MANHÃ DE SÁBADO (DIA16) NA PRAÇA CÍVICA (ONDE ESTÁ A MÃO) E CONTINUA NO DOMINGO COM UM PACOTAÇO DE ATIVIDADES PARA TODA A FAMÍLIA - CIRCO, PALHAÇOS, BONECOS DO BUZUM, BUMBA-MEU-BOI, PERNA DE PAU, FILMES DO CHAPLIN, FANFARRA, BANDA, REALEJO, PARQUE PARA CRIANÇAS, GINÁSTICA PROS TIOZINHOS, PISTA DE CAMINHADA, VAPORIZADORES, MESAS PARA PIQUENIQUE E JOGOS - E MUITO MAIS.

TUDO DE GRAÇA!!!(*)

(*) O Circo Vox é exceção, mas fará temporada a preços populares e muitas promoções

NA NOITE DE SÁBADO, 16, ALCEU VALENÇA FAZ SHOW GRATUITO NO AUDITÓRIO SIMÓN BOLIVAR. INGRESSOS DEVEM SER RETIRADOS A PARTIR DAS 14h DO DIA 15 NAS BILHETERIAS DO AUDITÓRIO.

NA SEGUNDA-FEIRA, LIMA DUARTE ABRE O VI FESTIVAL IBERO-AMERICANO DE TEATRO COM O MONÓLOGO "A LÍNGUA DE DEUS'.

VAI ATÉ O DIA 24, TAMBÉM DE GRAÇA.

Rua seis, sem número

Meu filme RUA SEIS SEM NÚMERO foi exibido ontem no horário nobre do Canal Brasil. Eu só soube ligando a TV por acaso. Peguei esse comentário na internet (cineclick):
Em Brasília, um moribundo entrega a Solano (Marco Ricca) um pacote de dinheiro que pertence à Maíra, mas só tem tempo de dizer que ela mora na rua seis, morrendo em seguida. Solano entra em um dilema: ao mesmo tempo que quer encontrar a tal Maíra, pensa na própria situação, desempregado e com a mulher grávida. Tenso, inicia uma busca pessoal que irá levá-lo a um labirinto de emoções. O filme foi exibido no Festival de Berlim de 2003.

O filme segue a desesperada busca de caminhos de SolANO (Marco Ricca)para sua vida. Rebelde, perdido, descontente com a vida , tenta construir para si mesmo uma outra história, uma busca trágica, carregada tensão e reveladora de nosso país no começo desse milênio.

Sobre o PROAC, criado por mim em 2006)

  • Bel Toledo Parabens! Foi uma grande vitoria democratica, voce teve sensibilidade ,para ouvir e participar dos anseios da classe
  • João Batista Andrade Meus parabens tam,bém ao Governador e ao Secretário Marcelo Araujo por essa conquista.
  • Andrea Nogueira Tantos se beneficiam e devolvem com projetos culturais importantes, não é?!
  • Ney Piacentini Caro João Batista, como Vai? Parabéns pela sua nomeação para o Memorial da América Latina!
  • Ney Piacentini Permita-me fazer um questionamento: o que você acha da imensa desproproção entre e renúncia via Icms e os recuros destinados aos editias do Proac? Saudações, Ney Piacentini
  • Neusa Velasco Amore...orgulho de ser sua companheira de luta e amizade..........
  • Ney Piacentini Permita-me fazer um questionamento: o que você acha da imensa desproporção entre e renúncia via Icms e os recursos destinados aos editias do Proac? Saudações, Ney Piacentini
  • Marcelo Pestana Carlos Cirne Resultado de muito trabalho e perseverança...
  • Regina Perez Meu caro João Batista Andrade, você sempre pensando no futuro e no todo. Parabéns!
  • Vicentini Gomez Um grande marco para a cultura paulista. Temos muito a conquistar ainda.
  • Joaquim Mattar Competência, inteligência e trabalho em favor da Cultura! Parabéns João Batista Andrade!
  • Carlos Meceni PARABÉNS MESMO , VALEU ! ESTÁ SENDO ÓTIMO E ME LEMBRO DA LUTA
  • Claudio Scabora Meus parabéns pelo legado conquistado !! E que seja eternizada no meio político essa Lei que tanto ajuda a classe artística !! Muito obrigado João Batista Andrade
  • Carlos Ebert Saudades da sua gestão...
  • Ariane Porto GRAAAANDEEE JOÃO BATISTA!!!!
  • Cassia Guindo Muito bom!! Parabéns!!
  • Cecilia Thompson Como sempre, digno de aplausos e abraços. Sempre presente! E olha que te conheço há décadas...