Em 2010:
São Paulo, terça-feira, 19 de janeiro de 2010 |
Texto Anterior | Próximo
Texto | Índice Filme de 70 retrata chuva, camelô e lixão Mostra traz documentários que abordam problemas que ainda persistem na cidade Superlotação em transporte coletivo e danos causados pelas chuvas são outros temas que também estarão nas telas da Cinemateca a partir de hoje EVANDRO SPINELLI DA REPORTAGEM LOCAL Problemas do transporte coletivo, ambulantes irregulares, catadores de lixo e danos causados pela chuva estão entre os temas da mostra que a Cinemateca Brasileira começa a exibir a partir de hoje. São todos temas atuais abordados com profundidade pelo cineasta João Batista de Andrade e outros integrantes do movimento Cinema de Rua. O único detalhe é que os documentários em curta-metragem foram produzidos na década de 1970. Os problemas são recorrentes. Em 1973, quando foi feito o filme "Ônibus", a cidade tinha 7.000 veículos e o metrô engatinhava. Hoje são quatro linhas de metrô, 15 mil ônibus e ainda há superlotação. Em 1975, ano do filme "Restos", mais de cem pessoas viviam de recolher lixo no chamado lixão da Raposo Tavares. A cidade não tem mais lixão, mas os catadores de lixo continuam nas ruas. Em 1976, quando foi rodado o filme "Ambulantes", a prefeitura não concedia licença de trabalho para os camelôs, que trabalhavam irregularmente. Hoje, a cena se repete. Em 1976, ano do documentário "Buraco da Comadre", uma cratera de 160 metros de extensão e 4 de profundidade -que persistia há 20 anos na Vila Medeiros (zona norte)- era o símbolo dos problemas causados pelas chuvas. Mais ou menos como ocorre hoje no Jardim Pantanal (zona leste). "É claro que os problemas são recorrentes. Isso ocorre por falta de planejamento e de acompanhamento desse plano. Plano não é uma coisa que você faz e está pronto. Plano é processo", disse o arquiteto e urbanista Paulo Bastos. História Nos anos 1970, João Batista de Andrade -prêmio Air France de diretor revelação por "Gamal. O Delírio do Sexo" (1969)- começou a fazer documentários para o programa "Hora da Notícia", da TV Cultura, criado pelos jornalistas Fernando Jordão e Vladimir Herzog. Os documentários foram usados por partidos, associações de moradores e igrejas em debates clandestinos (o Brasil vivia o regime militar) e serviram de ponto de partida para o movimento Cinema de Rua. Parte desses documentários foi restaurada pela Cinemateca, que os exibe agora pela primeira vez em conjunto, para o aniversário de 456 anos de São Paulo, comemorados na segunda. Também fazem parte da mostra filmes sobre a cidade desde a década de 1950. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário