(se quiserem, leiam em www.joaobatistadeandrade.blogspot.com
Dia dos pais. Sem temor, uma dose controlada de emoção, me vi às voltas com as possibilidades da vida e da morte. Eu me perguntava que coisa, que fato, que pessoas eu teria pena de deixar. Pensei nos filhos, me emocionei revendo-os ainda pequenos, vivendo comigo as aventuras costumeiras, praias desertas, matas, viagens... Pensei nos netos queridos, criaturinhas de puro amor que são o melhor da humanidade. Sim, eu sentiria grande dor em deixá-los. Mas uma lembrança forte sacudiu minha cidadela familiar: Wilsinho, Wilsinho Galiléia. O personagem de meu filme que tem seu nome. A saga trágica de um menino de periferia em busca de alguma alegria e de prazer, tentação que o levou ao crime e também à morte aos 18 anos, fuzilado pela polícia. Meu filme, de 1978, longametragem (documentário com alguns atores) era a pergunta: o que fez daquele menino, preso um dia por roubar uma fruta na feira, - o que fez dele um bandido violento ainda adolescente. O filme passaria em dois programas do Globo Repórter ( que, nos anos 70 era de cineastas brasileiros). E FOI PROIBIDO PELOS MILITARES. Exibido 24 anos depois, em 2002, fez sucesso entre a crítica, homenageado em vários festivais internacionais. Mas o povo brasileiro não viu o filme. Isso ainda me causa muita dor. Agora, nesse pequeno balanço, digo que quando partir levarei essa dor e a dor diante dessa tragédia brasileira. E uma pena lacrimosa do menino Ramirinho, irmão de Wilsinho que está no filme numa cena tocante, a mãe tentando salvá-lo da perseguição policial, pedindo a ele que olhasse para a minha câmera e dissesse que não era bandido, que queria estudar e trabalhar...Gaguejando de pavor, Ramirinho repetiu as frases ditadas pela mãe...Adiantou nada. Poucos meses depois Ramirinho morria numa perseguição policial. Tinha 12 anos.
Dia dos pais. Sem temor, uma dose controlada de emoção, me vi às voltas com as possibilidades da vida e da morte. Eu me perguntava que coisa, que fato, que pessoas eu teria pena de deixar. Pensei nos filhos, me emocionei revendo-os ainda pequenos, vivendo comigo as aventuras costumeiras, praias desertas, matas, viagens... Pensei nos netos queridos, criaturinhas de puro amor que são o melhor da humanidade. Sim, eu sentiria grande dor em deixá-los. Mas uma lembrança forte sacudiu minha cidadela familiar: Wilsinho, Wilsinho Galiléia. O personagem de meu filme que tem seu nome. A saga trágica de um menino de periferia em busca de alguma alegria e de prazer, tentação que o levou ao crime e também à morte aos 18 anos, fuzilado pela polícia. Meu filme, de 1978, longametragem (documentário com alguns atores) era a pergunta: o que fez daquele menino, preso um dia por roubar uma fruta na feira, - o que fez dele um bandido violento ainda adolescente. O filme passaria em dois programas do Globo Repórter ( que, nos anos 70 era de cineastas brasileiros). E FOI PROIBIDO PELOS MILITARES. Exibido 24 anos depois, em 2002, fez sucesso entre a crítica, homenageado em vários festivais internacionais. Mas o povo brasileiro não viu o filme. Isso ainda me causa muita dor. Agora, nesse pequeno balanço, digo que quando partir levarei essa dor e a dor diante dessa tragédia brasileira. E uma pena lacrimosa do menino Ramirinho, irmão de Wilsinho que está no filme numa cena tocante, a mãe tentando salvá-lo da perseguição policial, pedindo a ele que olhasse para a minha câmera e dissesse que não era bandido, que queria estudar e trabalhar...Gaguejando de pavor, Ramirinho repetiu as frases ditadas pela mãe...Adiantou nada. Poucos meses depois Ramirinho morria numa perseguição policial. Tinha 12 anos.
2 comentários:
Boa noite Sr. João Batista há muito que gostaria de falar a respeito da morte da minha família um dia quem sabe tem coisas que preciso sabre passar bem te respeito e admiro pelo grande com esta que é
Desculpe o erro ortografico digo grande cineasta que é
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