segunda-feira, 21 de maio de 2012

a pedra azul do relembramento

Alegria, uma história verdadeira. Comprei uma pedra azul, me disse o vendedor que era a cor de meu signo, o sagitário. Um topázio azul, bem bonito, de carregar no bôlso. Alguns dias depois, num momento de grande desencanto, resolvi que aquilo era bobagem e resolvi jogar fora a pedra. Passando por uma árvore grande,  coloquei a pedra no meio do tronco, entre três ramos, numa altura de pouco mais de um metro. Bem no centro de SP, lugar super movimentado, do lado do COPAN. Pensei: "em alguns minutos alguém acha..." Pois bem, tr~es dias depois passei lá, certo de que a pedra já teria novo dono. Surprêsa, a pedra continuava lá, azulzinha, brilhante. E com algum liuxo por cima, copos de plástico, saquinhos de papel.  Dois dias depois voltei. E a pedra continuava lá, apesar de terem tirado o primeiro lixo e já deixado outro lixo, um maço de cigarros vazio e um resto de dôce...Era difícil acreditar, com tanta gente passando e a pedra ali, tão visível. Hoje, uma semana depois de ter deixado lá minha pedra azul, passei pela árvore, mais uma vez certo de que... mas a pedra continuava lá! -peguei a pedra, tomado de emoção. A pedra era minha, ela era minha. Essa era a mensagem que vinha daquele azul translúcido, tentador. Eu a apertei na mão, pensando " é minha, é minha" e percebendo quantas vezes eu havia feito isso em minha vida, abandonando minhas próprias coisas, meus filmes, minha carreira, meus livros e escritos inéditos, minhas ações politicas e culturais, meu passado, meus prêmios e até mesmo meus entes queridos nos momentos de crise pessoal ( que foram tantas!). Caminhei assim sem rumo por quase uma hora, a pedra apertada em minhas mãos, jurando a mim mesmo que não a abandonaria mais. Ela era minha. E prometia também jamais esquecer ou abandonar as coisas que fiz em minha vida.

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