terça-feira, 26 de novembro de 2013

Elia Kazan

Publicado no Facebook 26\nov\2013

Elia Kazan, que cineasta! - vi pela manhã seu filme  Man on a Tightrope (br.: Os Saltimbancos) de 1953, em plena guerra fria. Apesar de seu anti-comunismo, é um belo filme, tenso e que expõe a visão de Kazan sobre o comunismo. Hoje é difícil tirar a razão de Kazan, sabendo do rumo equivocado e terrível seguido pelo socialismo nos países da esfera soviética, o chamado socialismo real: o proletarismo, o anti-intelectualismo, o estado policialesco tomado por um só partido, a transformação de críticos em inimigos. Chamo a atenção para o fato de que esse descaminho trágico, que hoje chamamos de stalinismo, não se deu somente nos países socialistas. Os partidos comunistas de quase todo o mundo eram cegos diante de todas as barbaridades feitas em nome do socialismo. E também perseguiam seus críticos, como inimigos do socialismo e "agentes do imperialismo". Setores da esquerda tem lutado, principalmente a partir das lições italianas (Gramsci, Togliati, etc), para escapar dessa lógica perversa e transformar o socialismo numa luta politica dentro dos sistemas democráticos, sem a pretensão de "tomar" o estado para um partido.



Publicado no FB 27Nov13:

  • José Edward Janczukowicz João Batista de Andrade parabéns por reconhecer o belo cinema do genial Elia Kazan. Ainda hoje comunistas cegos colocam Kazan no inferno, sem perceber a força dos seus filmes. A força dos seus temas. A habilidade como dirigia e a força que imprimia em cada plano. Fui um dos poucos que numa crítica falei a favor de um filme do Kazan. Nunca apoiei o que fez ao denunciar os colegas. Sempre julguei seus trabalhos, magníficos, mesmo num filme menor dele, de nome O Justiceiro, de 1947. Parabéns pela coragem, João Batista de Andrade! Obra é obra,. Atitude é atitude. E a do Kazan nunca foi totalmente explicada. Agora explicadas em parte com a sua ajuda`Chamo a atenção para o fato de que esse descaminho trágico, que hoje chamamos de stalinismo, não se deu somente nos países socialistas. Os partidos comunistas de quase todo o mundo eram cegos diante de todas as barbaridades feitas em nome do socialismo.
  • João Batista de Andrade É preciso separar as coisas. 
    Pense nisso: um leigo assiste o filme tal como é, sem saber nada do diretor.
    Nós sabemos, mas temos que nos render à genialidade dele. E até mesmo ver como seu anti-comunismo impregna seus próprios filmes, sem destruí-los.
  • João Batista de Andrade Ouso dizer ainda que seu anti-comunismo militante (denunciou colegas no processo do macartismo) lhe dava forças de militante e essa força passava para os filmes. Mas isso se dava submetido a uma força maior, apartidária, apolítica, que era sua criatividade, sua paixão pelas histórias, pelos dramas humanos. Veja em Zapata (Marlon Brando e Anthony Quinn geniais), paixão daqueles personagens em luta. Para compensar ele coloca um conselheiro intelectual terrível, manipulador, simulacro de esquerda maquiavélica.

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