Poeira e Lama
Que saudades de Solitânia
Onde se pode viver em paz
Todo sonho, toda alegria
Longe do horror e da
infâmia
Que saudades de Solitânia
Saudades da terra querida
Onde se vive de mel e vinho
Beijos de quem me quer
Abraços de despedida
Em Solitânia me chamam de Nêgo
Sem maldade, sem malícia
Nos abraços, me beijam os ouvidos
Nenhum trabalho, apenas sossêgo
Nas festas só me acalantam
Nos pratos puras delícias
Peço licença aos meus Demônios
Que são parte de minha loucura
E da lucidez de meus sonhos
Sou branco, negro, índio, alma pura
Sou mineiro, paulista, sou fiel e sou cura
Sou crente, agnóstico, sou ateu
Amigo, amante, sou estranho
Viajante, cidadão solitânio
De ti, amor, serei só teu
Que saudades de minha terra
De minha infância vadia
Onde imperava a amizade
E jamais se falava em guerra
Que saudades de Solitânia
Terra de minha infância
Onde a poeira virava lama
E a lama trazia placas de ouro
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