segunda-feira, 8 de novembro de 2010

desafio

Tenho dito que falta, no imaginário dos artistas e dos intelectuais brasileiros de hoje, as lutas sociais. Elas estiveram presentes num largo período de nossa história e nos principais movimentos culturais, mesmo os mais vanguardistas, como a Semana de Arte Moderna e o Cinema Novo. Não é o que se vê hoje. Os movimentos sociais ou se anularam pela cooptação do Estado ou foram demonizados pela opinião pública em parte por terem sido cooptados em parte por preconceito mesmo. Sem isso, estamos falando sempre de nós mesmos. Ou falando supostamente em nome de uma maioria silenciosa que nada mais quer do que a garantia de uma vida tranquila com seus privilégios contraditórios ( pois são bons mas excludentes. Assim, a cultura brasileira se mostra caudatária da utopia da classe média, o desejo de viver bem e sem culpa numa sociedade desigual e de tantas injustiças. Uma das diretrizes é culpar alguém. E a própria classe média arranja esse "alguém": os políticos, a maioria saida de seus quadros mal formados. Os intelectuais, saidos também dessa "mamma" classe média, desligados das verdadeiras lutas sociais, sonham seus próprios sonhos, falam de si mesmos, de sua falta de saída. Ou vendem o espetáculo dessa impossibilidade dde solução.

Um comentário:

Bruno Mello Castanho disse...

Concordo João. Talvez, fosse o momento mais propicio para arte ocupar o seu lugar como ideal de resistência e luta ao lado dos movimentos sociais.