quarta-feira, 11 de julho de 2012

Fracasso do chamado "cinema comercial"

Reproduzo aqui diálogo entre cineastas na lista nacional (internet), analisando o fracasso da imposição de u8m modelo pretensamente comercial de cinema e que ameaça jogar o cinema brasileiro, mais uma vez, num só gênero: a porno-chanchada-televisiva:




André Klotzel
Acho que é importante assinalar que o público do cinema brasileiro caiu aos menores níveis dos últimos anos (se não o menor). Conforme a tabela do FilmeB a participação do CB no primeiro semestre de 2012 foi de aproximadamente 5% de público e renda, metade do que havia sido no ano passado (que já era um resultado fraco).
Estes números mostram como o desempenho dos filmes tem sido extremamente volúvel e aleatório - há anos em que chegamos a 22% do market share e agora estamos a 1/4 daquele pico. A meu ver isso é um índice de inconsistência da política "de mercado".
Acho importante a consciência de que precisa existir um número maior de filmes participando do resultado para que não se dependa dos casos isolados. É necessário um esforço para que filmes médios com potencial de público sejam adequadamente distribuídos e exibidos, e que a sustentabilidade esteja distribuída de maneira menos instável e concentradora: aumentar a base de público e diversificar - ao contrário da atual política que surfa, oportunista, na onda da Globo.
Já que a Ancine sempre procurou mostrar bom desempenho quando havia os números positivos, como índice de uma política correta, acho que cabe questionar esta política, agora também com números. Temos dados consistentes, de mais longo prazo, que mostram não haver um crescimento sólido e consistente do CB no mercado.
Fica aí o registro: a concentração excessiva de mercado, além de excludente é também frágil e vulnerável.
André
 
 
Caro André,

Isso quer dizer que a política imposta pelo Manuel Rangel e os curta-metragistas já fracassou?!?!?!

Abração do
Guilherme
 
André Klotzel:
É Guilherme, acho que isso quer dizer que fica desmascarado o discurso de cinema comercial e competitivo que está aí. Em quase 8 anos de gestão do Manoel, Sá Leitão e seus curtas, eles vem com esse discurso, transmitindo uma atitude de supostamente exercer uma disciplina empresarial através das estatais e agora do FSA. E como resultado temos o quê? Uma queda como nunca foi vista nas bilheterias, a não ser nos anos Collor. Ou seja, fica clara a hipocrisia da fórmula, e o projeto de "disciplinar" o mercado nada mais é do que um desejo de poder sem objetivos claros, além de centralizar e controlar.
Pena que demoraram tanto a aparecer dados concretos como este.

On 10/07/2012, at 23:46, Guilherme de Almeida Prado wrote:

 
 
 
Em 11/07/2012 06:09, Guilherme de Almeida Prado
Então, André, é uma desses tipos raros de fracassos que precisam ser comemorados com fanfarras, antes que digam que o fracasso foi do "Cinema Brasileiro"...
Já vimos este filme, não?
Abraços do
Guilheme
 
Roberto Farias:
Nos tempos da pornochanchada, o adicional de renda ( o verdadeiro, não esse arremedo que está aí) permitia um círculo virtuoso entre diretores, produtores, distribuidores e exibidores, onde todos ganhavam. A participação da iniciativa privada garantia os investimentos no cinema, os diretores dirigiam (quantos excelentes e importantes diretores surgiram nesta época?) os distribuidores distribuiam e os exibidores exibiam. Depois de 10 anos de Ancine e de mais de 2 bilhões de recursos aplicados no cinema brasileiro não se viu um gesto, um projeto, um aceno para atrair a inciativa privada. O cinema é arte, mas também comércio. É preciso liberdade de expressão e incentivos à iniciativa privada, porque no final das contas é ela que manda no mercado. O sonho de um cinema estatal destes últimos 10 anos só serviu para escravizar, submeter e humilhar o cinema brasileiro e afastar a iniciativa privada. Nunca houve tanto recurso para o cinema e, salvo nos tempos do Collor, nunca estivemos numa situação tão miserável. Sem criar um círculo virtuoso com a iniciativa privada, o que veremos será uma presença cada vez maior do cinema estrangeiro ocupando as salas do país.
Roberto Farias


-- Grupo do Gmail: "Fórum Nacional de Cineastas"


2 comentários:

Unknown disse...

Quem salvou o cinema brasileiro depois do fracasso de filmes como Xingu, Paraísos artificais e Eu receberia as piores noticias de seus lindos lábios foram as comédias. Vemos O Som Ao redor de Kleber Mendonça Filho ser um novo fracasso.

Anônimo disse...

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